segunda-feira, 20 de julho de 2020

O alimento do corpo e o alimento da alma


Uma das cenas da vida de Jesus que mais me marcou foi quando ele viu uma multidão o seguindo para ouvir seus ensinamentos. Pediu aos seus discípulos que trouxessem alimentos para todo aquele povo. Ele assinalava ali o quanto o prover o corpo físico é importante antes de prover o Espírito.

Ainda mais emblemática é a cena da Santa Ceia, na véspera de sua tortura e morte. Jesus prepara seus discípulos para uma das maiores provações de sua vida  provendo alimento para o corpo, em primeiro lugar, e para o Espírito, concomitante.
Nunca dissociados.

Outro ser humano que me marcou muito foi meu sogro: não podia chegar ninguém na sua casa que ele não ofertasse logo alimento. Era capaz de dar o que era dos seus filhos para saciar a fome de quem entrasse em sua casa. Dessa forma, aprendi com ele que a gente ama também, através do alimento.

Penso que uma das maiores e mais importantes funções de uma mãe e um pai é ensinar seus filhos a terem prazer no alimentar-se. E a gente se esforça pra que esse momento seja como Jesus nos ensinou: DIVINO.

Quando nossos filhos aprendem a levar alimentos sozinhos à boca, demora ainda algum tempo para aprenderem a selecionar o alimento do Espírito. As duas funções se constroem sob a orientação e assistência direta dos pais. E é só a partir dos 9 anos que inicia a fase a autonomia, que Piaget considerou como sendo a fase em que a criança estrutura o juízo de valor, onde ela passa a cumprir regras sem necessidade de recompensas mas, porque considera e avalia o que é certo e o que é errado, por ela mesma.
Já se vão 8 anos de estrada, lhe ensinand

Minha menina está entrando na fase de transição entre a heteronomia e a autonomia mas, está com os dois pés dentro desta última, avaliando tudo ao seu redor, nos enchendo de orgulho com a sua habilidade de perceber o que nutre o seu Espírito e o que não traz nenhum benefício para sua alma. E segue, usando também a tecnologia, com muita perspicácia, e com uma sagacidade que nos deixa contentes com todo o investimento de tempo que doamos para ela nos primeiros 7 anos de vida.

Para além de lhe ensinar a escolher o melhor alimento para o corpo, nas horas certas, nunca nos furtamos a acompanhar seus programas infantis e aproveitar cada segundo para lhe ensinar a escolher o alimento para alma. Ensinar valores morais é função tão importante quanto alimentar o corpo e, isso, o Cristo nos mostrou na prática.  Mas, para que o Espírito aprenda, é preciso primeiro que o corpo esteja bem alimentado a fim de que, satisfeitas as necessidades primárias, a alma esteja pronta para receber o alimento moral.

Meu desejo com esse texto é trazer reflexão para o processo de alimentação de uma criança. O mesmo cuidado, assistência e orientação que damos para que a criança aprenda a comer sozinha, deve ser também para que ela aprenda os valores morais que alimentam o Espírito. Só assim, estaremos seguindo os passos paternais do nosso Bom Pastor, Jesus Cristo, dentro das nossas famílias.

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