segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A receita como gênero textual e fonte de diversão

Desde os 3 anos de idade que quando eu ia fazer bolo, convidava a minha filha para participar do momento. A idéia era utilizar esse momento como uma atividade que a ajudasse no domínio da coordenação motora, ao mexer o bolo.

Foi por isso que tive a idéia de utilizar a receita como forma de contribuir com o processo de letramento e alfabetização dela. Para isso, peguei a receita do monteiro lopes, bem fácil e rápida de fazer e de ler.
Copiei a receita em letras bem grandes e cursivas, numa folha A4 e quando ela chegou da escola, já fiz o convite de aprender a fazer monteiro lopes. Ela topou na hora!

Mostrei pra ela o título e o local onde estavam os ingredientes. Fui lendo junto e ajudando-a a colocar os ingredientes na tigela. Foi uma atividade pra lá de divertida, com grande habilidade dela em seguir as instruções  da receita.


Foram momentos ricos de informação e diversão,  a ponto de ela pedir pra gente fazer novamente amanhã.  E é claro que repetiremos o processo todo porque considero muito importante que ela se familiarize com esse tipo de texto.

Até a próxima! 

domingo, 26 de agosto de 2018

A carta como incentivo à leitura e escrita


Como ajudar uma criança de 6 anos a perceber a importância de saber escrever?  Esta foi a inquietação que me moveu a criar a atividade de hoje: escrever uma carta!

A carta é um gênero textual em desuso devido às facilidades digitais que encurtam distâncias e diálogos.  Ainda mais pra uma garotinha que já mexe no celular da mãe com habilidade surpreendente desde o primeiro ano de vida! Na verdade ela nunca viu uma carta chegar aqui em casa,  então essa atividade já possui o elemento automotivador da novidade.

No entanto, o fato de nunca ter entrado numa agência de correios, aliada à possibilidade de ela produzir com suas mãos um recado pra sua tia e pra sua coleguinha que moram em Jacareí/Sp,  a fez ficar muito atenta e empolgada com a atividade de escrita sugerida. Antes, eu utilizei o whatsapp pra me comunicar mais rápido com a tia dela e convidá-la a fazer parte da atividade. Ela topou de cara!!

Assim, coloquei os papéis à sua frente e ela mesma escolheu lápis comum e lápis de cera pra produzir sua cartinha. Me disse que queria que tivesse desenhos e letras. Foi então,  que ela começou o desenho. Fez muito caprichado, muito colorido e divertido. No verso do papel ela escreveu "TE AMO" assim, todas em caixa alta, apesar de já saber usar a letra cursiva. Perguntei porquê ela não usou cursiva e ela respondeu que queria que ela visse bem grande o quanto ela gosta da colega.

Antes de ir pra escola, o pai a levou à agência de correios mais próxima do nosso bairro. Deus as orientações necessárias pra ela preencher o destinatário e o emissor. Ela usou a letra cursiva pra preencher esses campos. A caneta caiu no chão e quando voltou para o papel já estava dando problema o que atrapalhou bastante a escrita.  Estando na agência de correios também experimentou as regras de comportamento dali, aprendendo a ficar na fila e aguardar sua vez.

O uso das letras (cursiva ou de fôrma) demonstra que ela sabe em que situações, tecnicamente falando, utilizá-las mas, sabe também que pode escolher de acordo com o sentido e significado que ela mesma quer atribuir. Fiquei muito satisfeita com o resultado da atividade porque me deu novos elementos pra ir trabalhando a técnica da aquisição da leitura e escrita junto com a função social do saber ler e escrever. 

Nestes poucos dias de atividades inovadoras e que ultrapassam os muros de nossa casa e da escola, a empolgação da minha filha me diz que ela já começa a construir paciência consigo mesma no processo de alfabetização. Ao realizar essas atividades, mais envolventes e que trazem um desafio junto, ela já acorda mais cedo, empolgada com a atividade do dia. Já sai da cama perguntando e procurando seus cadernos e livros, canetas e lápis pra produção.  Antes desses movimentos mais desafiantes, ela ia levantar perto das 10h da manhã e já pedia pra assistir televisão. Gostava de fazer as lições da escola mas, já estavam perdendo a sua força motivadora. Ao apresentar a leitura e escrita como uma necessidade de comunicação,  como uma necessidade de aproximação das pessoas, ela mesma tem ficado mais atenta no momento da escrita.  Na dúvida,  pede pra gente escrever e aí ela copia, o que eu acho válido para esse momento inicial de alfabetização.

As cartinhas já foram postadas. Quando chegarem as respostas eu conto pra vocês como foi!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Visita à biblioteca pública do bairro


Dando continuidade ao incentivo à formação de uma leitora-escritora-mirim,  fizemos hoje um passeio pelo bairro, para conhecer a biblioteca pública .
No caminho, fui introduzindo o assunto pra falar sobre as regras de comportamento dentro da biblioteca. Minha filha se antecipou e disse "eu já sei! Não pode falar alto, nem rasgar os livros e também não pode ficar esfregando os pés no chão pra não aborrecer as pessoas." 😃😃 Fiquei surpresa e perguntei aonde ela aprendeu tudo isso; ela responde "ah, mãe,  passou no desenho da princesinha Sofia!" Óbvio,  né mãe? 😃😃
A televisão tem um forte apelo comercial mas, é inegável a sua capacidade de agregar conhecimentos. Gosto muito disso. Quanto às propagandas massivas sobre as nossas crianças,  eu trabalho em casa, assistindo ao lado dela. Digo pra que serve a propaganda e o que se espera do consumidor. Cecília tem entendido bem e sempre pergunta se é caro algum brinquedo que a interessa. Também parou de pedir tudo que via.

Voltando ao passeio à biblioteca, na entrada dela mostrei a fachada e o nome da biblioteca. Ao entrarmos, ela se deparou com um grupo de alunos adolescentes que faziam uma pesquisa. E foi logo mexendo nos livros que chamavam mais a sua atenção!  Olhou ao redor e comparou a biblioteca com a que apareceu no desenho referido. Achou muito pequena. Eu chamei atenção pro ponto positivo de ser pequena: a gente não fica perdido querendo ver todas as estantes sem conseguir.
Foi maravilhoso ver seus sorrisos largos e fartos à cada livro que ela via! Ficou muito interessada em três deles e perguntou se podíamos levar e quanto era 😃😃. Expliquei-lhe que podíamos emprestar porque os livros em uma biblioteca são de todas as pessoas.
Assim, fiz a ficha de cadastro e emprestei o livro que ela se interessou mais: "João e Maria" e fomos pra casa, saborear a leiturinha.

Além do encantamento pela biblioteca, destaco nessa atividade a importância dela compartilhar um local público, tendo que respeitar as regras coletivas. Isso ajuda a criança de 6 anos a ir polindo suas maneiras de falar, andar, passar por entre mesas e cadeiras, respeitando o espaço coletivo. Outro ponto positivo foi o educar-se no manuseio do livro; é preciso devolver no estado em que outras pessoas possam ler também,  daí a importância de cuidar bem do livro emprestado! Isso fez com que ela aprendesse a folhear mais cuidadosamente!
Foi delicioso acompanhar suas aprendizagens hoje, com um único simples passeio pelo próprio bairro.
A qualidade dos livros e brinquedos disponíveis na biblioteca municipal aqui do nosso bairro é ótima.  Posso levá-la não somente para empréstimo de livros mas, para montar um quebra-cabeça,  fazer desenhos, e o que mais vier no momento.
Cecília ficou muito empolgada com a possibilidade de emprestar mais livros e já está querendo voltar lá amanhã!

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Adivinhações e poesias para empolgar a leitura

Após os estudos que fiz sobre alfabetização e letramento, tendo feito uma boa diferenciação entre ambos os termos, iniciei um trabalho de apoio ao processo de aquisição da leitura e da escrita da minha filha de 6 anos.

Optei por alfabetizar letrando ou seja, que ela adquira a técnica de ler e escrever ao mesmo tempo em que compreende a função social daquele tipo de texto que está sendo usado.

E foi assim que ela chegou da escola hoje, cheia de energia - como sempre - e já encontrou um monte de adivinhações que escrevi numa folha de papel e colei na parede do seu quarto. Veja a imagem abaixo:

Como podem ver,  as adivinhações tinham alternativas pra que ela mesma pudesse respondê-las. Assim, eu lia a adivinhação com entonação divertida e a deixava pensar na resposta. Caso ela não conseguisse,  eu dava as opções.  Essa estratégia permite que eu perceba os conhecimentos que adquire nas brincadeiras com outros coleguinhas ou com seus primos. Me permite adentrar aonde não posso ir e interagir com outras fontes de conhecimento que ela possui.  Garanto a vocês que foi uma divertida leitura pra ambas!! Demos muitas gargalhadas de cada situação proporcionada pelo tipo de texto, ao mesmo tempo que ela se sentia protagonista no processo,  já que podia ela mesma marcar a resposta certa!

Como ela ainda tinha pique,  partimos para o poema "A foca", de Vinicius de Moraes. Como é outro tipo de texto,  a forma de leitura também mudou. Iniciei pelo título do texto e chamei atenção para o seu autor, informando que foi quem criou o poema. Em seguida comecei a leitura, perguntando sobre o que ela achava que o texto ia nos "falar". Ela fez a leitura da imagem da foca e respndeu toda empolgada  "é sobre a foca!"; depois iniciamos uma leitura juntas pois, eu ia estimulando-a para completar a rima.

Esse texto estava com ela na mesa, o que lhe permita interagir com ele. Após a leitura em conjunto,  estimulei-a a escrever do seu modo, as palavras "foca" e "bola". A primeira ela acertou a grafia. Quando perguntei como ela conseguiu acertar,  respondeu que viu no título que havíamos trabalhado logo no início!! Fiquei muito Feliz com a estratégia dela!
Já a palavra "bola" não aparecia no texto. Ela escreveu "Boa". Percebi que ela ainda não entende que a sílaba "la" precisa de consoante e vogal para ser formada, apesar de que na escola já tenha sido trabalhada a família silábica do "L" à exaustão. De qualquer forma, parabenizei-a e disse que ela havia conseguido escrever a palavra. Isso a deixou muito feliz!! Visivelmente empolgada! Foi a sua hipótese de escrita, que ela mesma formulou, pra resolver o desafio de ter que escrever a palavra "bola" sem poder vê-la escrita em nenhum lugar. Nas próximas atividades, envolvendo o mesmo texto,  quero confrontar a sua hipótese e ver como ela reage.

Perguntei se ela achava que os dois textos eram iguais.  Me respondeu que não.  Perguntei por que, ao que ela disse que tinha o texto das perguntas e o outro era só sobre a foca. Uma boa observação!  Já sabe identificar sobre o que trata cada texto.  Disse-lhe então,  que o texto das perguntas eram adivinhações e serviam para brincar. O texto sobre a foca era um poema e nos divertia mas, também aprendíamos sobre os hábitos desse animalzinho.

Ambas as atividades foram muito divertidas - na hora de ler que precisava 'espetar a barriga da foca", eu tentava espetar a sua barriga à guisa de cócegas, o que rendia muitas gargalhadas! Ela mesma disse que se divertiu bastante e assim finalizamos mais um dia de estímulo ao seu processo de alfabetização com letramento.

Pacote de atividades para trabalhar valores morais e autorregulação infantil

Gente, que ano é esse?! Uma pandemia que deixa nossas crianças brasileiras trancafiadas dentro de casa e cheias de ansiedade e preocupações,...