domingo, 26 de agosto de 2018

A carta como incentivo à leitura e escrita


Como ajudar uma criança de 6 anos a perceber a importância de saber escrever?  Esta foi a inquietação que me moveu a criar a atividade de hoje: escrever uma carta!

A carta é um gênero textual em desuso devido às facilidades digitais que encurtam distâncias e diálogos.  Ainda mais pra uma garotinha que já mexe no celular da mãe com habilidade surpreendente desde o primeiro ano de vida! Na verdade ela nunca viu uma carta chegar aqui em casa,  então essa atividade já possui o elemento automotivador da novidade.

No entanto, o fato de nunca ter entrado numa agência de correios, aliada à possibilidade de ela produzir com suas mãos um recado pra sua tia e pra sua coleguinha que moram em Jacareí/Sp,  a fez ficar muito atenta e empolgada com a atividade de escrita sugerida. Antes, eu utilizei o whatsapp pra me comunicar mais rápido com a tia dela e convidá-la a fazer parte da atividade. Ela topou de cara!!

Assim, coloquei os papéis à sua frente e ela mesma escolheu lápis comum e lápis de cera pra produzir sua cartinha. Me disse que queria que tivesse desenhos e letras. Foi então,  que ela começou o desenho. Fez muito caprichado, muito colorido e divertido. No verso do papel ela escreveu "TE AMO" assim, todas em caixa alta, apesar de já saber usar a letra cursiva. Perguntei porquê ela não usou cursiva e ela respondeu que queria que ela visse bem grande o quanto ela gosta da colega.

Antes de ir pra escola, o pai a levou à agência de correios mais próxima do nosso bairro. Deus as orientações necessárias pra ela preencher o destinatário e o emissor. Ela usou a letra cursiva pra preencher esses campos. A caneta caiu no chão e quando voltou para o papel já estava dando problema o que atrapalhou bastante a escrita.  Estando na agência de correios também experimentou as regras de comportamento dali, aprendendo a ficar na fila e aguardar sua vez.

O uso das letras (cursiva ou de fôrma) demonstra que ela sabe em que situações, tecnicamente falando, utilizá-las mas, sabe também que pode escolher de acordo com o sentido e significado que ela mesma quer atribuir. Fiquei muito satisfeita com o resultado da atividade porque me deu novos elementos pra ir trabalhando a técnica da aquisição da leitura e escrita junto com a função social do saber ler e escrever. 

Nestes poucos dias de atividades inovadoras e que ultrapassam os muros de nossa casa e da escola, a empolgação da minha filha me diz que ela já começa a construir paciência consigo mesma no processo de alfabetização. Ao realizar essas atividades, mais envolventes e que trazem um desafio junto, ela já acorda mais cedo, empolgada com a atividade do dia. Já sai da cama perguntando e procurando seus cadernos e livros, canetas e lápis pra produção.  Antes desses movimentos mais desafiantes, ela ia levantar perto das 10h da manhã e já pedia pra assistir televisão. Gostava de fazer as lições da escola mas, já estavam perdendo a sua força motivadora. Ao apresentar a leitura e escrita como uma necessidade de comunicação,  como uma necessidade de aproximação das pessoas, ela mesma tem ficado mais atenta no momento da escrita.  Na dúvida,  pede pra gente escrever e aí ela copia, o que eu acho válido para esse momento inicial de alfabetização.

As cartinhas já foram postadas. Quando chegarem as respostas eu conto pra vocês como foi!!

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